Sobreposição.
Nas linhas colocadas no caderno,
horizontais para melhor descrever o verso;
No pensamento que se situa quando converso,
comigo mesma nesse universo;
Nas linhas que infinitas permanecem, recheadas com palavras,
que se expressem.
No vácuo de um pensamento,
adormecem.
Um café expresso,
com a sua fumaça que flutua,
espuma branca feito a lua,
adoçado, meio amargo,
gosto da boca tua,
cor profunda que mergulha mais uma vez,
no imenso subterrâneo onde se encontra a lucidez.
Embreagado de palavras nuas,
que escorrem água quando são ditas,
um pouco mais do que palavras cruas,
são puras,
entram nas veias e se mostram pelas ruas,
asfaltadas,
sobrepondo-se a elas mesmas,
tapando aos poucos os degraus de uma escada onde alí se encontram
palavras.
A.V. 13/04/04