Cultura e instintos.

Adriana Vernalha
3 min readJul 28, 2018

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Cultura, o que não se nós mesmos, é o acúmulo de conhecimento erudito ou não passados e/ou aprendidos pela pessoa ativa/passiva. Todos os dias algo dentro de nós é acrescentado e muitas vezes subtraído, mudamos nossos aspectos culturais conforme somos apresentados ao mundo. O que pensamos, como agimos, o que comemos, o que vestimos, aonde vamos e para onde queremos ir.

Uma parte de nós que se manifesta são instintos naturais a outra parte é cultura, quando utilizamos a frase essa pessoa ‘não tem cultura’ estamos fazendo o uso errado da palavra sendo que aquela pessoa a qual estamos nos referindo é possuidora de uma cultura diferente da qual vivemos, ou seja, seus costumes e valores foram concebidos de maneiras diferentes desde seus antepassados até que essa pessoa viesse a nascer. O respeito também é cultura, é como aprendemos a conviver em sociedade, não é medo, nao é imposição o respeito é empatia. Vivemos como mensageiros, passamos por diversas pessoas em diferentes momentos vivendo diferentes vidas, o modo como agimos mostra quem somos e transfere a essa outra pessoa parte da nossa cultura.

A arte, mais uma maneira de viver a vida, a paixão de uns, profissão de outros, a terapia de muitos e o hobby de outros tantos. Mais uma ferramenta usada pelos seres humanos para exprimir todas as sensações todos os sentimentos e verdades, pois a arte não é se não a mais pura verdade (sabemos que nem toda verdade é arte e nem toda arte a consideramos como tal, tudo é questão de codificação e decodificação das mensagens). As primeiras pinturas nas cavernas, representação de presas a serem caçadas ou já caçadas, o espírito desses animais ja sendo preparados para a caça e tantos outros significados que ficaram la na caverna juntamente com a vida desses animais marcados pelo tempo. Os homens da caverna nao tinham as referências que temos hoje (para eles talvez o que eles criaram nem seja arte, seja simplesmente a vida), Leonardo Da Vinci, Michelangelo, Hilma Af Klint, Sandro Botticelli, Rafael e tantos outros maravilhosos. Eles criaram o que eles viam, viviam e acreditavam e não somente eles, muitas outras antigas civilizações também, o qual o conhecimento real deles ainda permanece um tanto desconhecido, mas ainda sim criamos uma segunda realidade para o que acreditamos ser seus verdadeiros motivos e é exatamente esse tipo de mistério que permite que continuemos a experimentar diversas sensações de prazer ao descobrirmos aos poucos quais eram realmente as intenções por trás da obra.

Editamos a realidade criando mais uma versão dela, não entraremos em realidade virtual ou inteligencia artificial, not yet. Damos novos significados a peças de arte, costumes e construções, opinamos e gostaríamos muitas vezes que estivessemos certos sobre aquela nossa nova ‘invenção’, pois teríamos descoberto a descoberta de outra pessoa. Não gostamos apenas de contar histórias mas criar nossas próprias versões sobre elas, imaginar o porque disso e daquilo. Todos queremos ser autores de obras grandiosas mesmo que sejamos ‘autores’ das obras de outros (no sentido de ser referência ou simplesmente no sentido de possuir aquilo para si enquanto compartilha o conhecimento), dá orgulho. Quando criamos teses para trabalhos nos apropriamos de outras obras para dar vida as nossas obras. Ao compartilhar um conteúdo, ao compartilhar ideias e novas invenções estamos compartilhando uma mensagem a qual nos identificamos, e gostaríamos de que uma parte daquilo realmente tivesse sido criado por nós mesmos, falo por mim mesma, muitas vezes compartilho conteúdos os quais eu ficaria muito feliz em ter feito parte, converso sobre pinturas, filmes, antigas civilizações e sobre a vida como se eu realmente entendesse ou soubesse o real significado daquela obra ou assuntos que discuto (muitas vezes comigo mesma), mesmo sendo parte verdade, realmente verdade a outra que é ilusão também é verdade pois ela foi igualmente vivida, por mim, por você, e por toda nossa sociedade. Enquanto estivermos vivos estaremos promovendo a cultura.

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Adriana Vernalha

A Human Exploring Her Creative Nature. Sometimes in Portuguese Sometimes in English @adrianavernalha